Palestra no Ceasa aborda a inteligência emocional no ambiente corporativo e analisa o impacto que as emoções têm sobre o rendimento profissional

Como o controle das emoções pode influenciar no ambiente de trabalho foi a proposta da palestra ministrada pela neuropsicóloga Sandra Lisboa, no dia 20 de agosto, dirigida aos funcionários do Ceasa-PE. Com uma linguagem clara e objetiva, a palestrante abordou a importância de se trabalhar as habilidades da inteligência emocional nas organizações e como elas podem desencadear maior produtividade para os profissionais e as empresas.
A palestra “Saúde Emocional e Ambiente Organizacional” teve mediação da neuropsicopedagoga Suelânia Rodrigues e da psicóloga e neuropsicóloga Nathalie Rodrigues, que aplicaram dinâmica de grupo entre os participantes, visando trabalhar as habilidades do autoconhecimento, automotivação, autocontrole, empatia, espírito de equipe, liderança e relações sociais.
Segundo explicou Sandra Lisboa, o excesso de preocupações pode causar uma ansiedade intensa no trabalhador, com desdobramentos que interferem no convívio social e que por vezes se associam a pensamentos pessimistas frequentes, com um sentimento de negatividade diante da vida. “Numa situação dessas a pessoa atinge um desequilíbrio emocional que termina atrapalhando a sua rotina diária de trabalho, repercutindo inclusive nos afazeres considerados corriqueiros”, disse.
A palestrante ressaltou que o estresse excessivo e a condução da vida sem atividades prazerosas podem causar problemas de ordem emocional, a tal ponto de comprometer a produtividade do indivíduo no trabalho. “Entre as situações capazes de desestabilizar a pessoa está o chamado estresse pós-traumático, que geralmente surge em casos de violência, perdas afetivas e acidentes, entre outros fatores desencadeantes. Mas, felizmente, o quadro pode ser amenizado ou revertido totalmente com a intervenção da psicoterapia”.
Sandra Lisboa acentuou que o psicólogo é o profissional indicado para cuidar da pessoa que se encontra em um estado de transtorno emocional, com quadros de ansiedade, desânimo acentuado, baixa autoestima, desmotivação e outros sinais que apontem para a necessidade de orientação psicológica. “A psicoterapia ajuda a localizar os fatores estressores e o quanto esses fatores estão afetando a vida do indivíduo, sem a necessidade de prescrever medicamentos”.
Ela frisou que com acompanhamento psicológico adequado também é possível evitar que a pessoa entre em um estado grave de depressão, suscitando sentimentos como o da inutilidade. “Em qualquer das circunstâncias é fundamental a escuta ativa e empática do psicólogo, onde o indivíduo pode conversar livremente, sem pressões e sem ser julgado”, disse.
A psicóloga apresentou as diferenças entre psicoterapia, psiquiatria e psicanálise; elencou dicas para se cultivar hábitos de vida saudável e alertou para o perigo de o trabalhador optar pelo isolamento social – não cultivando boas amizades e o diálogo com pessoas próximas e de confiança – assim como o de negligenciar a necessidade de obter ajuda de um profissional qualificado na área da Psicologia.
“O ser humano é biopsicossocial, pois nele existem influências biológicas, psicológicas e sociais para a sua formação. Portanto, cuidar tanto do corpo como da mente e manter relações sociais satisfatórias é fundamental para que tenhamos saúde e possamos ser produtivos e capazes de alcançar nossos objetivos. É na mente onde tudo começa”, concluiu.